quinta-feira, 21 de março de 2019

Como remover morcegos do telhado da casa


MÉTODOS RECOMENDADOS

Seguem abaixo recomendações para afugentar e/ou desalojar morcegos em diferentes tipos de situações, as quais deverão sempre ser acompanhadas por técnico habilitado e capacitado.


Morcegos frugívoros

Para evitar a visita indesejada de morcegos frugívoros existe a necessidade de se fazer um manejo na vegetação existente nas proximidades da casa, além do correto planejamento da Arborização Urbana. Sugerimos os seguintes procedimentos:

- Poda de galhos; 

Remoção de flores e frutos; 

Substituição por outras espécies que não frutíferas palatáveis aos morcegos.  


Morcegos insetívoros

No Rio Grande do Sul estes problemas são acentuados na primavera e verão, período de reprodução e criação dos filhotes, quando então as colônias instaladas aumentam significativamente em número de indivíduos. Assim sendo, o período recomendado para manejo de morcegos em telhados é o período de outono e inverno, época na qual, teoricamente, não há presença de filhotes.

Nestes casos a solução é o afugentamento pelo método de instalação do sistema escape-morcego e posterior fechamento dos espaços de entrada e saída dos animais.

O “Sistema escape-morcego” foi desenvolvido por Griffin, em 1940, sendo utilizado como armadilha para capturar morcegos instalados em diferentes refúgios observados nas construções humanas. São elaborados em estruturas simples, compostas por lonas plásticas e cilíndricos de metal e/ou plástico com receptáculos em sua porção final. Entretanto, para o desalojamento sem necessidade de captura dos animais, não fixamos sacos ou caixas receptoras em sua porção final, deixando que os morcegos saiam livremente.


Armadilhas para desinstalar morcegos das casas (Fonte: GREENHALL & PARADISO, 1968).

É um dos métodos mais simples de exclusão, na qual a ideia básica de permitir a saída dos animais, porém impedindo seu retorno para dentro do abrigo. A estrutura pode ser confeccionada com canos de PVC e lonas plásticas que são baratas e de fácil manuseio. Devem apresentar espaçamento suficientemente razoável para permitir que o morcego passe pelo seu interior sem ficar preso. Este mesmo sistema pode ser adaptado para inúmeras situações, observando-se sempre de que não haja filhotes no interior do abrigo. 

         Devido à diversidade de construções (telhados) e formatos das telhas, estes são os refúgios apresentam-se como os mais complexos em termos de resolutividade, ou seja, que exigem maior tempo de serviço, paciência e persistência. Além disto, conforme a disponibilidade de espaço, altura e temperatura (calor) os telhados podem ser ocupados por mais de uma espécie de morcego e/ou ainda, por mais de um grupo de morcegos.

Noutras circunstâncias, onde o telhado possui bastante espaço e as temperaturas são altas, algumas espécies de morcegos podem formar colônias de grandes proporções, que podem variar de centenas a milhares de animais, como é o caso de Tadarida brasiliensis (morceguinho-das-casas). Os abrigos mais comumente usados sãos forros, telhados, porões, vãos entre o ar-condicionado, persianas de janelas, entre outros, onde se refugiam juntos e/ou próximos às telhas e madeiras de sustentação do telhado, preferencialmente na cumeeira.


Morcegos refugiados entre o espaçamento de telhas e madeiras.

O maior incômodo gerado pela presença dos morcegos é o odor das fezes que, por vezes, caem de forros mal instalados. A solução imediata para este caso é o uso de pasta de silicone ou espuma expansível nos espaçamentos existentes entre as paredes e o forro do telhado.


Espuma expansível utilizada em fresta no forro a vista.

CONSTRUINDO O SISTEMA ESCAPE-MORCEGO

A ideia básica é simples: permitir que o morcego escape do abrigo, porém não consiga retornar pelo mesmo lugar!

Antes de instalar este sistema verifique SEMPRE todas as entradas e saídas dos morcegos. Vede todos os espaços existentes entre telhas e madeiras, deixando apenas os espaços de saída dos animais o Sistema escape-morcego

Espaço utilizado pelos morcegos para saída dos telhados.

Esta vedação deve ser realizada com materiais permanentes, tais como filetes de chapas galvanizadas ou de alumínio, entre outros.

Esta estrutura deverá permanecer no local pelo menos cinco dias consecutivos, garantindo que nenhum morcego permaneça dentro do abrigo. Estas ações deverão ser realizadas em dias de temperaturas acima de 20°C e sem chuvas, caso contrário os morcegos não deixam o abrigo para buscar alimento.

O sistema escape-morcego pode ser construído com materiais simples, com cano de PVC (100 mm), lona plástica, mangueira rígida e fita adesiva larga.



AFUGENTAMENTO DE COLÔNIAS INSTALADAS EM TELHADOS
Descreveremos a seguir os principais passos para desalojar os morcegos nesta situação.

O primeiro passo é observar ao final do dia (crepúsculo) quais são as entradas e saídas dos animais junto ao telhado. Caso seja possível, é importante realizar uma estimativa do número de animais, contando o número de indivíduos até escurecer completamente. Diante destas informações duas situações e soluções podem ser encontradas:

Caso 1 – colônias com menos de 50 indivíduos, por ponto de refúgio;

Caso 2 – colônias com mais 50 indivíduos, telhado alto que permite a observação da colônia.

Solução - Caso 1
     Quando o número de animais no telhado é pequeno a simples instalação do “sistema escape-morcego” pode resolver o problema. Para isto basta seguir os seguintes passos:

ü  1. Vistoriar o telhado e, caso existam telhas quebradas ou desalojadas, estas devem ser substituídas ou realinhadas;

ü  2. Observar a existência de espaçamentos entre chaminés e junções de telhas, os mesmos deverão ser bem vedados, pois estes espaços também podem servir como portas de entrada;

ü  3. Readequar e vedar todos os espaços entre telhas e madeiras (“espelho da madeira”), exceto 50 cm junto aos locais de saída dos animais. Isto deve ser feito com materiais permanentes como, por exemplo, plaquetas/filetes de chapas galvanizadas de modo a não deixar espaços entre telhas e madeiras;

ü  4. Instalar o “sistema escape-morcego” nos pontos de entrada e saída dos morcegos. Esta estrutura deve permanecer durante o período de 5 dias consecutivos para permitir a saída de todos os indivíduos do abrigo. Esta ação deverá ser realizada em dias não chuvosos e com temperaturas acima de 12°C. Outro detalhe a ser observado é a fase lunar, pois os morcegos exibem uma forte tendência a não deixar o abrigo em dias de lua crescente e/ou cheia.


Após este período de 5 dias, deve-se remover o “sistema escape-morcego” e vedar definitivamente as últimas aberturas.


Solução - Caso 2
Quando o número de animais é superior a 50 animais, talvez seja necessário fazer uma readequação entre o telhado e as madeiras.

Esta reestruturação pode ser feita mediante a substituição do tipo de telha e/ou ainda a instalação de placas metálicas abaixo destas. Este processo é trabalhoso e de maior custo, entretanto é a solução definitiva para impedir a instalação de grandes colônias em telhados.




Observação: No Rio Grande do Sul esta operação tem período certo, ou seja, no outono e inverno, pois nesta época não há presença de filhotes nos abrigos (telhados).


ATENÇÃO!!
A limpeza dos restos fecais deverá ser realizada mediante o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI´s) (luvas de borracha, botas, máscaras). Antes de remover as sujidades é importante aspergir uma mistura de água e hipoclorito de sódio (água sanitária)(1:1) sobre todos restos orgânicos, para evitar a formação de poeira e inalação de fungos (Histoplasma capsulatum, p. ex.).

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